“Futebol é um jogo simples. 22 jogadores correm atrás de uma bola por 90 minutos e, no fim, a Alemanha sempre vence”.
A famosa frase de Gary Lineker pode estar desatualizada por conta do momento bem ruim que vive a seleção alemã, mas do ponto de vista de gestão, a Bundesliga segue como um grande exemplo de sustentabilidade do negócio futebol, sendo há 20 anos a liga de futebol com maior média de público do mundo.
A regulação do 50+1, em vigor desde 1998, tem funcionamento semelhante com a Lei da SAF no Brasil, que permite a entrada de investidores institucionais em clubes, mas determina que esses investidores sejam obrigatoriamente minoritários, com a associação sempre na condição de majoritária (apesar de algumas exceções). Isso abriu possibilidades para que marcas fizessem uso do poder exposição do futebol para além da condição de patrocinadores – e no caso da Alemanha ajudou a fomentar ainda mais a relação de valorização da cultura local por grandes marcas.
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É o que vemos com o recente aumento de participação acionária da Porsche no Stuttgart, que agora possui 10,4% do atual 3º colocado da Bundesliga, mesma participação da Mercedes no clube. O que ambas as marcas também têm em comum, além do prestígio no mercado automotivo, é o fato de terem suas sedes em Stuttgart.
Algo semelhante também ocorre em outros clubes alemães, principalmente os gigantes Bayern e Dortmund, que também possuem como acionistas grandes marcas locais como Adidas, Audi e Allianz, no caso de Munique, e Puma, Evonik e Signal Iduna no caso do Borussia.
Muito além da infinidade de possibilidades de exploração comercial entre marcas com o futebol, este é mais um bom entendimento do contexto alemão, buscando um fortalecimento das raízes e uma identificação total com os torcedores. É algo que vai na contramão de movimentos globais de aquisição de clubes que vemos hoje no futebol, algo que é totalmente rejeitado pelos torcedores alemães.
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⌨ Artigo feito por Marco Sirangelo, Head de Projetos da OutField Agency.