
A gestão da paixão: como a profissionalização se tornou o caminho para um futebol sustentável e vencedor.
Não é segredo para ninguém que o futebol brasileiro é — e sempre foi — movido por emoção. Inclusive, foi esse fato que consagrou a nossa nação mundialmente como o país do futebol. Porém, essa típica maneira de se relacionar com o esporte não é o bastante para construir e administrar projetos vencedores. Pelo menos, não mais. A ascensão de clubes-empresas (SAFs) e demais modelos de negócios esportivos que buscam trazer, cada vez mais, o profissionalismo para dentro da modalidade comprovam que nosso futebol está vivendo uma nova era. Porque a cada dia que passa o consenso aumenta: está na gestão responsável o caminho para a sobrevivência dos clubes.
Se outrora bastavam a paixão e a identidade local, hoje, sem gestão estratégica, governança e visão de longo prazo, não há camisa que resista ao placar do mercado. Folhas de pagamento insustentáveis, decisões baseadas em pressões políticas ou de torcida e uma profunda dependência de receitas voláteis — como venda de jogadores ou cotas de TV —, são alguns dos sintomas de amadorismo neste novo cenário e precedem situações de crise como o endividamento crônico, perda de competitividade e risco real de falência.
Por óbvio, sob uma perspectiva profissional, esse cenário não é, nem de longe, o mais viável, e o mercado sabe disso. Aliás, um mercado que já é globalizado e que fica cada vez mais competitivo, mas com um recado claro e único: clubes precisam se adequar para sobreviver. Isso significa agir com planejamento, metas, controle orçamentário, diversificação de receitas e uma cultura de desempenho que vai além do fogo que rege o coração do torcedor apaixonado.
Com essa visão, a OutField acredita que o clube deve, também, ser tratado como um ativo econômico, sendo um agente que vai além da geração de valor desportivo, passando a alcançar ganhos e reputação dentro do aspecto social e financeiro. Mas, para isso, entendemos que exige uma mudança de mentalidade por parte do clube, que precisa passar de instituição passional para uma plataforma de negócios, com um ecossistema sustentável e sólido, que independe da fase e desempenho esportivo como único fator de influência na geração de receitas.
Foi com essa visão que, nos últimos anos, passamos a atuar diretamente na transformação de instituições esportivas dispostas a virar o jogo. Um exemplo atual é o São Paulo Futebol Clube, que, em parceria com a OutField e a Galapagos Capital, estruturou um Fundo de Investimento com R$240 milhões em capital dedicado exclusivamente ao clube. A operação visa equalizar o fluxo de caixa e gerir com mais inteligência os passivos bancários — um movimento estratégico dentro do processo de reestruturação financeira liderado no segundo mandato do Presidente Julio Casares. Trata-se de uma solução de capital estruturada sob medida, pensada para fortalecer a sustentabilidade e o planejamento de longo prazo do SPFC, reafirmando como a profissionalização da gestão e a adoção de práticas do mercado financeiro são indispensáveis para um novo capítulo no futebol brasileiro.
Porque entendemos, hoje, que mais do que uma tendência, pensar como empresa é condição para existir de forma sustentável. Com um tempo, os clubes que não se adaptarem a essa lógica tendem a enfrentar cada vez mais dificuldades, seja no âmbito financeiro, ou, até mesmo no esportivo. Mas, também ressaltamos que apesar de prezar pela profissionalização na gestão dos clubes, não vemos esse movimento como uma perda na essência ou identidade, mas sim como uma garantia desses valores para o momento presente e o futuro.
Mas gestão eficiente não se resume ao uso de tecnologia, transparência na prestação de contas e inteligência de mercado. Que claro! São elementos básicos que devem fazer parte da operação de qualquer empresa, mas que, de forma alguma, deve ser tudo. Por isso, auditorias e estrutura de compliance, planejamento financeiro e projeções de receita, governança clara com papéis definidos, tomada de decisão profissional, desenvolvimento de produtos e serviços para além do campo, como plataformas de conteúdo, programas de sócio-torcedor, licenciamento e fan engagement qualificado, e outros movimentos, precisam ser observados como agentes importantes nas operações de um clube.
O que é justamente nosso papel: apoiar essa transição. Sendo especialistas em investimentos esportivos, e autoridade no mercado com o know-how capaz de ajudar os clubes a construir o alicerce de um novo modelo, que além de mais eficiente, também é transparente e competitivo, e que não se resume a uma operação que só pensa em sobreviver, mas sim, também, em crescer. E crescer com consistência e responsabilidade, para colher os frutos no desempenho esportivo.