Na última semana, aconteceu mais uma etapa do Championship Tour da WSL, em Saquarema, Rio de Janeiro. O campeão olímpico Ítalo Ferreira venceu o surfista Yago Dora e conquistou, pela primeira vez, o título desta etapa do campeonato.
Saquarema foi introduzida ao roteiro da WSL em 2014 e, desde então, vem atraindo os próprios cariocas e ainda mais turistas para a região. Ainda não temos os números fechados de 2024, porém, através de dados fornecidos pelo site do Lance!, o impacto econômico do evento em 2023 foi impressionante e trouxe muitos benefícios locais e nacionais:
Movimentação de mais de R$97MM;
Impacto de R$35MM no PIB do município de Saquarema;
Impacto de R$18MM nos rendimentos das famílias do município;
Impacto de R$114MM no PIB do estado do Rio de Janeiro;
Mais de 500 empregos gerados.
O Surfe é um dos esportes mais populares do mundo. Só no Brasil, estima-se que 3 milhões de pessoas pratiquem a modalidade, movimentando cerca de R$7 bilhões por ano em roupas, acessórios e equipamentos, segundo estimativas do Instituto Brasileiro do Surfe (Ibrasurf), além de representar mais de 40% da audiência global da modalidade.
Mais que isso, o surfe, assim como o skate, comporta milhares de fãs não praticantes do esporte, mostrando a força que tem em lugares urbanos e fora do litoral. Um dos motivos para esse sucesso foi a ingressão do esporte nas Olimpíadas, a transmissão dos campeonatos na TV e a onda de títulos encabeçadas por Gabriel Medina, Adriano de Souza (Mineirinho) e o próprio Ítalo Ferreira, precursores do “Brazilian Storm”, que dominou o mundo do surfe nos últimos anos. Exemplo disso é que, entre 2015 e 2019, o aproveitamento dos brasileiros foi de quase 50% – das 66 etapas da WSL disputadas no período, o Brasil venceu 30, deixando Medina no ranking entre os 10 surfistas mais bem pagos no mundo à época, com o salário anual de US$ 3MM.
Por trás das câmeras e holofotes, o brasileiro Ivan Martinho também foi crucial na expansão do surfe no país e no mundo. CEO da WSL Latam, Martinho vem obtendo sucesso na geração de negócios, através da boa relação com o mercado B2B, viabilizando patrocínios de alto valor, com Banco do Brasil, Corona, Natura Kaiak, Red Bull, Vivo, Apple, e mais, além dos direitos de transmissão.
Foi sob o comando do executivo que o Surfe deu as caras ao grande público após transmissões feitas no SporTV e no Globo Play, além de entradas e reportagens na TV Globo e no canal OFF. Porém, a transformação através de uma gestão estruturada, não é realidade apenas no mercado brasileiro e faz parte da estratégia global da Liga.
Dirk Ziff, bilionário norte americano, adquiriu a antiga ASP (Association of Surfing Professional) em 2014 e a transformou em uma liga privada, que passou a se chamar WSL (World Surf League). A partir daí, com a chegada da experiente executiva Sophie Goldschmidt, com passagem pela NBA, veio o início da formação de uma equipe de profissionais de mercado que pensaram na WSL como produto e negócio, visando melhorias para a modalidade, atletas e espectadores, além de geração de receitas para sustentar a evolução do surfe no mundo todo.
Nos últimos 10 anos, o crescimento em investimentos e impacto econômico da WSL é evidente. Embora números específicos possam variar, a tendência geral aponta para uma expansão significativa da presença e influência da WSL no Brasil e no cenário global do surfe. A combinação de eventos bem-sucedidos, desenvolvimento de talentos, crescimento de receitas e parcerias estratégicas consolidou a posição da WSL como uma das principais organizações esportivas no mundo.