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OTFINC_ADMIN | 27 de setembro de 2024
Foto: Robertus Pudyanto - FIFA/FIFA via Getty Images

A Copa do Mundo de Futsal, realizada no Uzbequistão, chama a atenção para uma modalidade que possui uma base sólida e é uma das mais praticadas no Brasil. Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas joguem futsal regularmente, e esse número continua a crescer, assim como a estrutura, visibilidade e investimentos na modalidade, embora ainda esteja longe do nível do futebol de campo.

Embora os valores de premiação e o nível de profissionalização ainda não alcancem os patamares do futebol de campo, o futsal desempenha um papel crucial na formação de jogadores e oferece um produto dinâmico e envolvente para fãs e investidores. Nos últimos dez anos, a gestão do esporte no Brasil passou por mudanças significativas, refletindo um esforço para melhorar a organização das competições, atrair mais investimentos e aumentar a visibilidade do futsal.

Um exemplo dessas iniciativas é a incorporação do futsal ao portfólio de modalidades da CBF- Confederação Brasileira de Futebol – Brazil SOCCER em 2015. Esse movimento gerou algumas controvérsias sobre a governança e a autonomia da Confederação Brasileira de Futsal – CBFS, que organiza as principais competições nacionais, tanto masculinas quanto femininas. Atualmente, as duas entidades compartilham algumas responsabilidades, com a CBFS ainda sendo a principal gestora da modalidade.

O maior avanço para o desenvolvimento do futsal no Brasil foi a criação da Liga Nacional de Futsal (LNF), a principal competição de clubes do país. A LNF é organizada por uma entidade independente, composta pelos próprios clubes, e supervisionada pela CBFS, o que fortaleceu o futsal como produto, tornando-o mais atraente para investidores, detentores de direitos de transmissão e patrocinadores.

Apesar da evolução significativa do esporte na última década, o futsal ainda enfrenta um abismo financeiro em comparação com o futebol de campo. Enquanto as premiações do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil alcançam bilhões de reais, a LNF oferece uma premiação média de R$ 500 mil para o campeão, além de prêmios menores para os clubes que avançam nas fases eliminatórias. Esses números refletem a popularidade da modalidade em termos de prática e audiência, mas também expõem a grande disparidade na geração de receitas em comparação com o futebol de campo.

Nos últimos anos, o futsal no Brasil tem se beneficiado de uma crescente exposição midiática, embora ainda esteja longe de atingir a popularidade do futebol de campo. Canais como a TV NSports e a Band Sports transmitem boa parte dos jogos da LNF e outros campeonatos importantes. O desenvolvimento do streaming também tem ampliado a visibilidade da modalidade, permitindo que torcedores acompanhem as partidas de seus times favoritos com mais facilidade.

Outro aspecto interessante a ser analisado é o volume financeiro movimentado nas janelas de transferências de jogadores. No futsal, esse montante é significativamente menor que no futebol de campo. Os contratos dos jogadores de futsal costumam ser curtos, de um a dois anos, e geralmente são negociados diretamente entre clube e atleta, sem a presença de agentes e sem custos adicionais — algo difícil de imaginar ao compararmos com as janelas de transferência do futebol de campo, que batem recordes com contratações milionárias.

Embora o futsal ainda enfrente desafios em termos de estrutura financeira e visibilidade, o futuro parece promissor. O aumento das transmissões pela internet, o fortalecimento da LNF e o crescente interesse de marcas e patrocinadores indicam que a modalidade está avançando para um novo nível de profissionalização.

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Além disso, a criação de novas competições e a melhoria na gestão das entidades responsáveis, como a CBFS e a CBF, sugerem que o esporte pode se tornar mais atrativo para investidores. Se o futsal continuar a expandir sua base de fãs e a atrair patrocinadores de peso, poderá alcançar um novo patamar no cenário esportivo brasileiro.

São com esses movimentos estruturais que nós, da OutField, acreditamos que podemos mudar as regras e transformar o jogo, fazendo do esporte brasileiro um produto cada vez mais atraente para todos os envolvidos.

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