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Finalmente, a espera acabou. O Bayer Leverkursen ganhou o seu primeiro título da Bundesliga (Campeonato Alemão) da história. Comandado pelo ex-jogador espanhol, Xabi Alonso, o Leverkusen sagrou-se campeão com cinco rodadas de antecedência e pode se tornar o primeiro campeão invicto da história do campeonato. Além disso, o clube ainda está na final da Copa da Alemanha e na semifinal da Europa League, título que conquistou em 1988.

Criado em 1904, o Leverkursen não é um time de muita expressão na Alemanha. Foi fundado por um grupo de funcionários da empresa farmacêutica Bayer e que até hoje é responsável 100% das ações do clube. Inclusive, o time alemão é uma exceção à regra 50+1 que impede clubes-empresa no país.

Mas o que é a regra 50+1?
De acordo com o regulamento da Federação Alemã de Futebol (DFL), nenhuma empresa pode ser dona majoritária de uma equipe de futebol, ou seja, deter 51% ou mais de suas ações, a menos que a empresa seja patrocinadora ou acionista da equipe por 20 anos ininterruptos. Além do Leverkusen, o Wolfsburg, com a Volkswagen e o Hoffenheim com a SAP, formam um seleto grupo de clubes 100% controlados por uma empresa na Alemanha.

Clube empresa no futebol:
O modelo de clube empresa, como tudo na vida, possui vantagens e desvantagens em relação ao modelo “tradicional” de clube associativo. Pelo lado positivo, existe a perspectiva de que, sob um ponto de vista administrativo, o clube tenda a ser melhor gerido, o que na prática significa ser mais financeiramente responsável – afinal, há uma empresa por trás do clube que, com certeza, não quer desperdiçar dinheiro. Além disso, a governança do clube e processos internos, como contratação de profissionais e estrutura hierárquica, tendem a seguir moldes tradicionais de empresas, conferindo organização e confiabilidade para o clube.

Por outro lado, há a eterna discussão de que “o objetivo de um clube de futebol não é gerar lucro; mas caso isso aconteça durante a temporada, espera-se que seja reinvestido integralmente no futebol. Em teoria, esse cenário pode aumentar a chance de que o time volte (ou comece, no caso de o lucro ser proveniente de outra fonte de receita que não títulos) a vencer no ano seguinte, assim construindo uma máquina de vitórias retroalimentadora. Inclusive, a famosa regra de 50+1 da Alemanha tem como objetivo justamente preservar o interesse da torcida, voltado totalmente o resultado dentro de campo, garantindo a maior parte das ações do clube a quem cuida do futebol.
Entretanto, já existem exemplos o suficiente para provar que não existe um modelo melhor que outro e que é possível que um clube prospere esportiva e financeiramente, tanto sendo um clube 100% empresa, como 100% associativo e, no contexto alemão, um clube que adote o modelo de 50+1.

Vale ressaltar que o sucesso do Bayer Leverkursen em 2024 não se deve somente ao modelo de gestão clube empresa, mas sim a aposta de mesclar jogadores novos com jogadores mais rodados, venda de jogadores por um alto valor, e reposição de peças “undervalued” e a confiança da diretoria no técnico Xabi Alonso, que está no começo de sua carreira

E você? É ou não é a favor do modelo clube empresa no futebol?

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